O Assassinato da vereadora do PSOL no RJ revelou, entre tantas outras coisas, uma impressionante quantidade de desatinados, irresponsáveis, incontroláveis, linguarudos, alucinados e criminosos. Chega a ser alarmante o exército de snipers que empesta o convívio da informação nos meios humanos.
As estórias inventadas, as fábulas, as mentiras, as suposições e desejos desnorteados, as leituras doentias dos fenômenos sociais, as interpretações perigosas apenas por causa da vereadora ser de Extrema Esquerda, abafou o principal: o fato dela ter sido executada, junto com o motorista, sem dó nem piedade.
A isso cabe uma reflexão, uma necessária discussão, antes que se perca totalmente a capacidade de conviver em meio ao diferente. Há que se por um freio nessa capacidade incrível que as pessoas estão promovendo, de reagir à violência pura com uma fúria despropositada pura, descalibrada e vazia de Deus.
A vítima, no caso da execução carioca, passou rapidamente a ser merecedora dos projéteis, como se sua história tivesse sido óbvia e seu fim como ser humano tivesse mesmo que ser aquele.
O Brasil, infelizmente, está simplificando os atos de violência em análises que remetem segundos após o ocorrido ao plano ideológico. Friamente, de repente, assassinar alguém de forma covarde é possível! Da mesma forma que roubar e se corromper por ideologia passou a ser possível, agora matar por ideologia também o é.
O que se prioriza, principalmente nas Grandes Redes Sociais é o imediatismo do veneno, a enxurrada de opiniões sobre os acontecimentos, ao invés do olhar de amor. A fúria da palavra elimina o carinho e a saudável e inteligente dúvida. Estamos matando mais com a palavra descabida do que as balas com sua corrida letal.
Estamos nos transformando em algo feroz em si.
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