Ser pedra e ser vitrine são duas dimensões completamente diversas e a física já explica isso. A pedra é um pedaço qualquer de rocha, sua superfície é dura e, quando lançada sobre uma superfície mais frágil tende a ferir ou quebrá-la.
Já a vitrine tem uma área bem mais frágil, por isso mesmo tende a sofrer quando atingida pela pedra. A pedra acusa, rompe, fere, atravessa, a vitrine não pode fazer nada a não ser receber o impacto, nem se contrair pode. A vitrine é passiva, indefesa.
Na gestão pública é assim mesmo. A pedra é o cidadão, a vitrine é o executivo. Quem não entender isso não deve abraçar a causa. O problema de quem sempre foi pedra é não se dar conta da própria dureza da alma e achar que ferir, atingir, magoar é uma ação eterna.
Como o mundo dá voltas, a pedra também se torna vitrine. Isso é maravilhoso, porque coloca o ser humano na sua verdadeira condição, ou seja, um humilde grão de areia em relação à eternidade. Somos grãos de areia com um cérebro.
Nossa língua e nossos ferinos dedos são como lanças pontiagudas que atiramos contra nós mesmos. Então, humildade, humildade.
Deixe um comentário